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Normalidade

   No Brasil, o preconceito se disfarça de normalidade dentro dos valores tradicionais da sociedade. Com uma breve análise sobre frases populares e posturas socialmente aceitas podemos encontrar raízes inquietantes no consciente coletivo.

   O preconceito é fortemente apoiado e muitas vezes conscientemente ignorado. Basta ver as mulheres recebendo menos pelo mesmo trabalho dos homens, a quantidade de transsexuais assassinados, a diferença de oportunidades dadas a um negro e a um branco, nas pessoas taxando orientação sexual como doença independente de qualquer parecer dos profissionais de psicologia e psiquiatria.

   E como se a perpetuação destas ideias não fosse o suficiente ainda transformam a opinião num muro intransponível. Alimentam a impossibilidade de discussão sem que um tente impor ao outro a sua visão de vida e principalmente, em que os envolvidos se mantenham abertos para outras formas de pensar além da própria, fortalecendo essa postura intolerante que permeia todas as classes sociais.

   Muitos abrem mão da própria liberdade de pensamento na busca cega de continuar pertencendo ao seu grupo seleto de mentes iguais, como se os brasileiros não fossem por essência a mistura de raças, culturas, crenças e formas de vida.

   A persistência nessas ideias vividas e repassadas por gerações talvez se dê por um comodismo generalizado onde ninguém quer se destacar e virar o alvo da multidão. A sociedade parece não saber mais como tentar viver além de nichos porque as preocupações andam individualizadas. Quem sabe quando pensarmos mais no outro e em como formamos o todo, esses preconceitos deixem de existir.

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